O JÚBILO DE QUEM AMA
30 de Maio de 2009

 

 

 

 

...Continuação

 

Infelizmente, o jovem professor de música de Albert, contrai numa epidemia, a febre tifóide, e morre na idade das esperanças, deixando seu discípulo profundamente magoado. Anos mais tarde, em 1898, o aluno agradecido escreve um pequeno livro de memórias intitulado “Eugen Münch”, e assim publica o seu primeiro livro. Nesse mesmo ano, graças à liberalidade do irmão mais velho de seu pai, instala-se em Paris e recebe lições do grande organista Charles-Marie Widor, que faz de Albert um exímio organista logo conhecido em toda a Europa.

Paralelamente à formação musical, o menino Albert passou a freqüentar a escola primária de Günsbach, onde não foi aluno brilhante. Um dia, os companheiros vieram dizer-lhe que o inspetor, de visita à escola, chamava-se Steinert, e isto causou-lhe profunda impressão, porque já tinha visto aquele nome, com todas as letras de ouro, no dorso de um livro. E livro, para o pequeno Albert criado num ambiente de estudo e leitura da Bíblia, era uma coisa sagrada. Por isso admirava-se de ver, em carne e osso, um homem que tinha o nome gravado na lombada de um livro.

Essa paixão pelo livro e pela leitura acompanhou-o sempre e cresceu com a idade. Quando ingressou na escola secundária de Münster, preparando-se para entrar no Ginásio de Mulhose, teve de deixar a casa paterna e foi morar com seu padrinho e tio-avô Luís Schweitzer, que o recebeu com bondade, mas também com o exemplo de uma austera disciplina. Muitas vezes o gosto entusiástico pela leitura criou dificuldades em casa do padrinho, que não vi com bons olhos a mania que o rapaz tinha de passar a noite com vela acesa sem conseguir fechar o livro começado.

 

Não foi bom aluno nos primeiros tempos do Ginásio. Entrara mal preparado e, além disso, era inclinado ao que ele mesmo chamou de “indolências e devaneios”. O fato é que não conseguia ajustar-se, sentir-se bem no curso, e já quase desanimava quando teve a felicidade de encontrar, no terceiro ano, o professor Dr. Welmann, que soube orientar seus estudos e devolver-lhe a confiança em si mesmo. Mas a melhor lição do Dr. Welmann foi dada, por assim dizer, sem que ele soubesse o que estava fazendo. Foi a lição de exemplo. O menino Albert observou que o professor preparava meticulosamente, cada uma de suas aulas. O aluno viu assim que o professor não era o que ele pensava e o que muita gente envelhece pensando: Uma torneira que se abre no início da aula e se fecha no fim. O estudante descobria que o professor era quem primeiro estudava. E como todas as sementes logo davam flores e frutos na alma daquele menino, nasceu-lhe logo a consciência de uma obrigação.

 

 

O bom exemplo de Dr. Welmann despertou na alma do jovem Albert a paixão exacerbada, talvez a maior ou a mais característica de sua vida: a do dever sobejamente cumprido, a da obra generosamente bem feita.

Todos sabem que é nos anos da infância e da primeira mocidade que se formam, como se fossem cristais definitivamente configurados, as tendências, os gostos, as idéias e convicções que constituem o caráter e a personalidade. Pensando na poderosa influência que a infância tem sobre o resto da vida, Machado de Assis, no seu modo especial de ver e de dizer as coisas, disse que “o menino é o pai do homem”. Convém, pois, observar com atenção os passos e o comportamento do menino Albert, se queremos entender os passos  mais largos e o comportamento do Dr. Schweitzer.

Albert Schweitzer foi uma criança extremamente sensível e muito tímida. Além disso, era imaginativo e dado a sonhos que lhe dificultavam a vida escolar. Um de seus pontos mais sensíveis era em referência à justiça e à equidade. Não gostava de levar vantagens e não suportava a idéia de ter algum privilégio, Não tolerava nada que ferisse o sentimento que tinha da igualdade dos homens. Houve episódios em sua vida que achamos tratar-se de esquisitices; ele não ia pra escola com sapatos de couro porque a maioria dos colegas usava tamancos; deixou de comer canja porque um coleguinha fez comentários a respeito; a mãe, ao sair às compras, quis dar-lhe uma boina, ele não aceitou a que estava na vitrine, exigiu uma bem modesta. De outra feita, chegou a apanhar uma surra do pai, para vestir um sobretudo confeccionado pelo alfaiate da aldeia. Usava-o em casa, mas recusava-se a sair com ele à rua. Esta atitude foi devido ao comentário do alfaiate que, no dia da última prova disse-lhe que aquele sobretudo dava ao menino Albert ares de fidalgo. Todas essas esquisitices eram sinais se uma fina sensibilidade moral e de um excepcional sentimento de justiça.

 

Continua...

 

 

publicado por cleudf às 15:31 link do post
música: DIO COMO TI AMO
sinto-me: Fortalecida pela graça de JESU
26 de Maio de 2009

 

 

 

Graças a Deus que, ainda, existem pessoas inseridas na linhagem do bem – os chamados homens célebres – que se destacam no fundo obscuras da humanidade comum. Eles deixam atrás de si uma obra, um feito, que parece tornar luminosamente explicados a razão de ser de sua vida. O homem, o qual nos referimos, veio ao mundo para nos ensinar o valor do homem comum, menos favorecido pela sociedade. Há homens célebres que se destacaram por façanhas guerreiras, e estão nas estátuas, ou nos quadros, nos livros de Histórias, pelas batalhas que ganharam; há outros, mais pacíficos, que ficaram famosos por alguma descoberta ou alguma invenção. ALBERT SCHWEITZER, depois de longos anos de vida ignorada, tornou-se conhecido no mundo inteiro pelos serviços prestados diretamente à parte mais humilde e mais escura daquela tal humanidade obscura e comum. Foi na África, como médico, enfermeiro, amigo e pai dos negros do Congo, que nosso homem ganhou o merecido renome.
 
Os leitores de hoje talvez não façam idéia exata do que era, há décadas atrás, um europeu em relação ao resto do mundo. Hoje, com a globalização, as nações menores e classificadas como emergentes, ganham dia a dia maior importância, e enviam seus representantes, e até mesmo seus governantes comparecem aos congressos, às assembléias em que se discutem problemas mundiais. Naquele tempo, porém, a situação era diferente. Os europeus tiravam grande orgulho do grau de civilização que haviam conquistado, e viam do alto e de forma arrogante o resto do mundo. Era bem verdade que estava na Europa, concentrada de um modo extraordinário, a cultura científica e técnica do mundo, e que, em conseqüência disso, estava concentrado o poder. Os europeus eram donos do mundo. Levaram aos outros países os imensos benefícios da civilização, mas também às vezes levavam à soberba e a avidez do lucro.
E dentro desta civilizada Europa, falaremos de um centro mais civilizado do que todo o resto do mundo europeu. Esse centro, esse foco de civilização, havia pelas margens do Reno, numa região que fosse francesa sendo também alemã, que estivesse a igual distância da clara Itália e da brumosa Inglaterra. Ora, era nessa região – na Alsácia, na vila chamada Günsbach, no vale de Münster – que vivia ALBERT SCHWEITZER . Apesar de ser um homem civilizado, prendado, não era dado a viagens, expedições, aventuras geográficas, ALBERT SCHWEITZER vivia atividades puramente espirituais e artísticas. Numa vida de requinte de cultura, passava as horas estudando Teologia, tocando no órgão música de Bach (que foi um dos mais fantásticos músicos que o mundo já teve) e explorando a fundo a obra de Goethe (um dos maiores escritores do seu tempo).
 
Foi nessa vida amena e requintada que em 1904, ALBERT SCHWEITZER resolveu deixar para ir cuidar dos pobres indígenas doentes da África equatorial. A sua decisão foi por um sentimento moral de obrigação e de dívida. Alguns homens da civilizada Europa teriam de pagar a dívida contraída pelo orgulho dos outros. ALBERT SCHWEITZER sentiu o chamado de Deus deduzindo que lhe cabia tal papel. O amor de Deus e do próximo tinha de se traduzir daquela forma. E é por isso que o homem, que era teólogo, músico e escritor, e que vivia na mais civilizada região do mundo, resolver se tornar servidor dos mais humildes homens da terra. As mãos do organista de Günsbach, fazia partos, operava hérnias, acariciavam crianças leprosas nas margens do rio Ogoouê.

 

 

 

ALBERT SCHWEITZER nasceu em 14 de janeiro de 1875 em Kaysersberg, pequenina e aprazível vida da Alta Alsácia, que desde a guerra franco-prussiana se achava sob domínio alemão, e mais tarde, depois da primeira guerra mundial (1914-1918), voltara a ser Província Francesa. Seu pai, Luís Schweitzer, era pastor protestante, e seu avô paterno fora mestre-escola e organista em Pfaffenhonfen, na Alsácia Inferior, e tivera três irmãos com o mesmo duplo ofício. Pelo lado de sua mãe Adélia, o avô Schillinger também fora organista e pastor protestante de Mühlbach, no vale do Münster.
 
Nascia assim Albert Schweitzer num ambiente em que se respirava teologia e música, e não de estranhar o interesse que o menino demonstrou, desde a tenra infância, pelo estudo da religião e pelo exercício no velho piano de cauda herdade do avô Schillinger.
 
Poucos anos depois do nascimento de Albert, a família muda-se para a cidade de Günsbach. No Vale do Münster, onde até hoje residem filhos e netos. E foi aí em Günsbach, na companhia de três irmãs e um irmão, que viveu uma infância muito rica em experiências profundas e muito modestas de recursos financeiros. Ele próprio, em sua autobiografia, diz que sua infância foi maravilhosamente feliz.
Desde os cinco anos iniciou-se Albert no estudo do piano com o rigor e a aplicação que as famílias daquele tempo davam aos trabalhos de educação. Aos sete já provocava a admiração da mestra ao tocar no harmônio, melodias com acompanhamento de sua invenção. Um ano mais tarde, quando ainda mal alcançava a pedaleira, começou a tocar órgão, e essa forma de música, que viera de tantas gerações sucessivas como uma espécie de gosto hereditária, foi uma das grandes paixões de Albert.
Contava apenas com nove anos de idade quando, primeira vez, com imensa emoção, substituiu o organista na hora do culto. Mas só por volta dos quinze anos é que encontrou um professor à altura dos seus dons. Foi em Mulhouse que Albert conheceu Eugen Münch, que acabava de cursar a Universidade Berlinense de Música. Com esse competente e entusiasta professor, Albert progride rapidamente e descobre maravilhado, a obra musical de JOHANN SEBASTIAN BACH, que se tornou uma grande e permanente paixão de sua vida (mais tarde veremos como Bach, apesar de ter vivido e morrido mais de 150 anos antes, ajudou o Dr. Albert Schweitzer a adquirir remédios para os seus pobres doentes africanos).
Continua...

 

 

 

 

 

publicado por cleudf às 00:43 link do post
música: Clássica
sinto-me: Abatida, mas não destruida
20 de Maio de 2009

 

 

 

Um ''não'' dito com convicção é melhor e mais importante que um ''sim'' dito meramente para agradar, ou, pior ainda, para evitar complicações
 
 

 

 

 
 
 

Como defender uma civilização que somente o é de nome, já que representa o culto da brutalidade que existe em nós, o culto da matéria

 

 

 
 
 

Olho por olho, e o mundo acabará cego

 

 

 
 
 

É melhor que fale por nós a nossa vida, que as nossas palavras

 

 

 
 
 

O fraco nunca perdoa. O perdão é a característica do forte

 

 

 
 
 

A força não provém da capacidade física, mas da vontade férrea

 

 

 
 
 

O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente

 

 

 
 
 

Quando é preciso escolher entre liberdade e erudição, quem não dirá que prefere mil vezes a primeira?

 

 

 
 
 

O mundo está farto de ódio

 

 

 
 
 

Quando alguém compreende que é contrário à sua dignidade de homem obedecer a leis injustas, nenhuma tirania pode escravizá-lo

 

 
 
A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos

 

 

 
 
 

As verdades diferentes na aparência são como inúmeras folhas que parecem diferentes e estão na mesma árvore

 

 

 
 
 

Nunca país algum se elevou sem se ter purificado no fogo do sofrimento

 

 

 
 
 

A não-violência absoluta é a ausência absoluta de danos provocados a todo o ser vivo. A não-violência, na sua forma activa, é uma boa disposição para tudo o que vive. É o amor na sua perfeição

 

 

 
 

 

 

 

 
O amor nunca faz reclamações; dá sempre. O amor tolera; jamais se irrita e nunca exerce vingança
 

 

 
 
 

Por mais duro que alguém seja, derreterá no fogo do amor. Se não derreter é porque o fogo não é bastante forte

 

 

 
 

Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho

 

 

 
 
 

Temos de nos tornar na mudança que queremos ver

 

 

 
 
 

A verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é impossível sem um rigoroso controle da gula

 

 
Aqueles que têm um grande autocontrole, ou que estão totalmente absortos no trabalho, falam pouco. Palavra e ação juntas não andam bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em silêncio

 

 

 
 
 

Quem sabe concentrar-se numa coisa e insistir nela como único objetivo, obtém, ao fim e ao cabo, a capacidade de fazer qualquer coisa

 

 
 

 
 

A satisfação está no esforço e não apenas na realização final

 

 

 
 
 

Odeio o privilégio e o monopólio. Para mim, tudo o que não pode ser dividido com as multidões é tabu

 

 

 
 
 

Aquele que não é capaz de se governar a si mesmo não será capaz de governar os outros

 

 

 
 
 

Diferendos honestos são muitas vezes um sinal saudável de progresso

 

 

 
 
 

Eu sou contra a violência porque parece fazer bem, mas o bem só é temporário; o mal que faz é que é permanente

 

 

 
 
 

Algemas de ouro são muito piores que algemas de ferro

 

 

 
 
 

A pureza de espírito e a ociosidade são incompatíveis

 

 
 

 
 

As doenças são os resultados não só dos nossos atos, mas também dos nossos pensamentos

 

 

 
 
Estou firmemente convencido que só se perde a liberdade por culpa da própria fraqueza
 

 

 
 
 

Uma vida sem religião é como um barco sem leme

 

 

 
 
 

Como o corpo se não for lavado fica sujo, assim a alma sem oração se torna impura

 

 

 
 
 

A minha fé, nas densas trevas, resplandece mais viva

 

 

 
 
 

Deus é puríssima essência. Para os que têm fé nele, Deus simplesmente é

 

 

 
 
 

Só engrandecemos o nosso direito à vida cumprindo o nosso dever de cidadãos do mundo

 

 

 
 
 

Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição

 

 

 
 
 

O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente que há no mundo

 

 

 
 
 

Quando não se possa escolher senão entre a covardia e a violência, aconselharei a violência

 

 

 
 
 

Posso ser uma pessoa desprezível, mas quando a verdade fala em mim, sou invencível

 

 

 
 
A dignidade pessoal e a honra não podem ser protegidas por outros. Devem ser zeladas pelo indivíduo em particular
 

 

 
 
 

A bondade deve estar ligada ao saber. A simples bondade pouco adianta; é o que tenho constatado

  
 
 

 

 
 
 

A dignidade pessoal e a honra, não podem ser protegidas por outros, devem ser zeladas pelo indivíduo em particular

 

 

 
 
 

Um objeto, mesmo que não tenha sido adquirido por meio de roubo, deve ser no entanto considerado como furtado se o possuímos sem dele precisarmos

 

 

 
 
 

Aquele que tenta reformar o seu próximo não deve cultivar nunca uma grande amizade com ele antes do objetivo ter sido atingido

 

 

 
 
 

A verdade é dura como diamante e delicada como a flor de pessegueiro

 

 

 
 
 

O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não

publicado por cleudf às 00:21 link do post
música: Imagine
sinto-me: Fortalecida pela graça de Deus
15 de Maio de 2009

 "e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" João 8:32.

 

 O movimento pela independência indiana

 

Caricatura de Gandhi sendo preso por Lord Willingdon, do início da década de 1930. O desenho representa a compreensão de que colocá-lo tantas vezes na prisão terminou por ser uma forma de multiplicar seus ensinamentos.

Após a guerra, Gandhi se envolveu com o Congresso Nacional Indiano e com o movimento pela independência. Ganhou notoriedade internacional pela sua política de desobediência civil e pelo uso do jejum como forma de protesto.

Por esses motivos sua prisão foi decretada diversas vezes pelas autoridades inglesas, prisões às quais sempre se seguiram protestos pela sua libertação (por exemplo, em 18 de março de 1922, quando foi sentenciado a seis anos de prisão por desobediência civil, mas cumpriu apenas dois anos).

Outra estratégia eficiente de Gandhi pela independência foi a política do swadeshi - o boicote a todos os produtos importados, especialmente os produzidos na Inglaterra. Aliada a esta estratégia estava sua proposta de que todos os indianos deveriam vestir o khadi - vestimentas caseiras - ao invés de comprar os produtos têxteis britânicos.

Gandhi fiando, foto de 1946.

 

Gandhi declarava que toda mulher indiana, rica ou pobre, deveria gastar parte do seu dia fabricando o khadi em apoio ao movimento de independência. Esta era uma estratégia para incluir as mulheres no movimento, em um período em que pensava-se que tais atividades não eram apropriadas às mulheres.

 

Sua posição pró-independência endureceu após o Massacre de Amritsar em 1920, quando soldados britânicos abriram fogo matando centenas de indianos que protestavam pacificamente contra medidas autoritárias do governo britânico e contra a prisão de líderes nacionalistas indianos.

Uma de suas mais eficientes ações foi a marcha do sal, conhecida como Marcha Dândi que começou em 12 de março de 1930 e terminou em 5 de abril, quando Gandhi levou milhares de pessoas ao mar a fim de coletarem seu próprio sal ao invés de pagar a taxa prevista sobre o sal comprado.

 

Em 8 de Maio de 1933, Gandhi começou um jejum que duraria 21 dias em protesto à opressão Britânica contra a Índia. Em Bombaim, no dia 3 de março de 1939, Gandhi jejuou novamente em protesto às regras autoritárias e autocráticas para a Índia.

 Segunda Guerra Mundial

Mahadev Desai lendo para Gandhi uma carta do vice-rei, em Birla House, Mumbai, em 1939.

 

Gandhi passou cada vez mais a pregar a independência durante a II Guerra Mundial, através de uma campanha clamando pela saída dos britânicos da Índia (Quit Índia, literalmente Saiam da Índia), que em pouco tempo se tornou o maior movimento pela independência indiana, ocasionando prisões em massa e violência em uma escala inédita.

Gandhi e seus partidários deixaram claro que não apoiariam a causa britânica na guerra a não ser que fosse garantida à Índia independência imediata.

 

 

 

Durante este tempo, ele até mesmo cogitou um fim do seu apelo à não-violência, de outra forma um princípio intocável, alegando que a "anarquia ordenada" ao redor dele era "pior do que a anarquia real". Foi então preso em Bombaim pelas forças britânicas em 9 de agosto de 1942 e mantido em cárcere por dois anos.

 A divisão da Índia entre hindus e muçulmanos

Gandhi teve grande influência entre as comunidades hindu e muçulmana da Índia. Costuma-se dizer que ele terminava rixas comunais apenas com sua presença. Gandhi posicionou-se veementemente contra qualquer plano que dividisse a Índia em dois estados, o que efetivamente aconteceu, criando a Índia - predominantemente hindu - e o Paquistão - predominantemente muçulmano.

 

 

No dia da transferência de poder, Gandhi não celebrou a independência com o restante da Índia, mas ao contrário, lamentou sozinho a partilha do país em Calcutá.

Gandhi havia iniciado um jejum no dia 13 de janeiro de 1948 em protesto contra as violênicas cometidas por indianos e paquistaneses. No dia 20 daquele mês, ele sofreu um atentado: uma bomba foi lançada em sua direção, mas ninguém ficou ferido.

Entretanto, no dia 30 de janeiro de 1948, Gandhi foi assassinado a tiros, em Nova Déli, por Nathuram Godse, um hindu radical que responsabilizava Gandhi pelo enfraquecimento do novo governo ao insistir no pagamento de certas dívidas ao Paquistão. Godse foi depois julgado, condenado e enforcado, a despeito do último pedido de Gandhi que foi justamente a não-punição de seu assassino.

O corpo do Mahatma foi cremado e suas cinzas foram jogadas no rio Ganges.

É significativo sobre a longa busca de Gandhi por seu deus o fato de suas últimas palavras serem um mantra popular na concepção hindu de um deus conhecido como Rama: "Hai Ram!" Este mantra é visto como um sinal de inspiração tanto para o espírito quanto para o idealismo político, relacionado a uma possibilidade de paz na unificação.

 Cronologia

  • 1869 - 2 de Outubro: Gandhi nasce em Porbandar.
  • 1885 - Fundação do Congresso Nacional Indiano
  • 1888 - Gandhi vai para Londres para estudar Direito.
  • 1893 - abril: Gandhi chega à África do Sul.
  • 1894 - maio: Gandhi funda o Congresso Indiano de Natal.
  • 1899 - A Guerra dos Bôeres na África do Sul.
  • 1907 - julho: Ato de Registro dos Asiáticos do Transvaal torna-se lei e Gandhi lança a campanha de Satyagraha
  • 1903 - 16 de Agosto: Gandhi lidera um comício em Johannesburg e encoraja a queima dos certificados de registro.
  • 1914 - Gandhi e Smuts negociam o Ato de Reforma da Questão Indiana.
  • 1915 - 9 de janeiro: Gandhi retorna à Índia.
  • 1919 - Gandhi inicia o hartal nacional.
  • 13 de abril: O massacre de Amritsar.
  • 1920 - Gandhi reconhece o Partido do Congresso e começa a campanha da Satyagraha.
  • 1924 - Gandhi conduz um jejum pela união hindu-muçulmana.
  • 1930- A Marcha do Sal e a campanha de Satyagraha.
  • 1931 - 4 de Março: Irwin e Gandhi assinam o Pacto de Delhi.
  • Setembro: A Conferência da Mesa-Redonda em Londres.
  • 1942 - Movimento "Deixem a Índia!".
  • 1947 - 22 de Março: Lorde Mountbatten, o último vice-rei, chega à Índia.
  • 15 de agosto: A Índia torna-se independente e Nehru é nomeado primeiro-ministro.
  • 1948 - 30 de Janeiro: Gandhi é assassinado por Nathura Godse
  • 1966 - Indira Gandhi torna-se primeira-ministra.

 Princípios

Mahatma Gandhi, continuou a transmitir seus ensinamentos de manifestação não-violenta até seus últimos anos de vida.

A filosofia de Gandhi e suas idéias sobre o satya e o ahimsa foram influenciadas pelo Bhagavad Gita e por crenças hindus e da religião jainista. O conceito de 'não-violência' (ahimsa) permaneceu por muito tempo no pensamento religioso da Índia e pode ser encontrado em diversas passagens do textos hindus, budistas e jainistas. Gandhi explica sua filosofia como um modo de vida em sua autobiografia A História de meus Experimentos com a Verdade (As Minhas Experiências com a Verdade, em Portugal) - (The Story of my Experiments with Truth).

 

Estritamente vegetariano, escreveu livros sobre o vegetarianismo enquanto estudava direito em Londres (onde encontrou um entusiasta do vegetarianismo, Henry Salt, nos encontros da chamada Sociedade Vegetariana). Ser vegetariano fazia parte das tradições hindus e jainistas. A maioria dos hindus no estado de Gujarat eram-no, efetivamente. Gandhi experimentou diversos tipos de alimentação e concluiu que uma dieta deve ser suficiente apenas para satisfazer as necessidades do corpo humano. Jejuava muito, e usava o jejum frequentemente como estratégia política.

 

Gandhi renunciou ao sexo quando tinha 36 anos de idade e ainda era casado, uma decisão que foi profundamente influenciada pela crença hindu do brachmacharya, ou pureza espiritual e prática, largamente associada ao celibato.

 

Também passava um dia da semana em silêncio. Abster-se de falar, segundo acreditava, lhe trazia paz interior. A mudez tinha origens nas crenças do mouna e do shanti. Nesses dias ele se comunicava com os outros apenas escrevendo.

O título de Mahatma atribuído a Gandhi representa um reconhecimento de seu papel como líder espiritual.

Depois de retornar à Índia de sua bem-sucedida carreira de advogado na África do Sul, ele deixou de usar as roupas que representavam riqueza e sucesso. Passou a usar um tipo de roupa que costumava ser usada pelos mais pobres entre os indianos. Promovia o uso de roupas feitas em casas (khadi).

Gandhi e seus seguidores fabricavam artesanalmente os tecidos da própria roupa e usavam esses tecidos em suas vestes; também incentivava os outros a fazer isso, o que representava uma ameaça ao negócio britânico - apesar dos indianos estarem desempregados, em grande parte pela decadência da indústria têxtil, eles eram forçados a comprar roupas feitas em indústrias inglesas. Se os indianos fizessem suas próprias roupas, isso arruinaria a indústria têxtil britânica, ao invés de fortalecê-la.

Bandeira da India (1921).

 

O tear manual, símbolo desse ato de afirmação, viria a ser incorporado à bandeira do Congresso Nacional Indiano e à própria bandeira indiana.

 

Também era contra o sistema convencional de educação em escolas, preferindo acreditar que as crianças aprenderiam mais com seus pais e com a sociedade. Na África do Sul, Gandhi e outros homens mais velhos formaram um grupo de professores que lecionava diretamente e livremente às crianças.

 

Dentro do ideal de paz e não-violência que ele defendia, uma de suas frases foi: "Não existe um caminho para paz! A paz é o caminho!".

 

 

 

Quando o Dalai Lama Tenzin Gyatso recebeu o prêmio em 1989, o presidente do comitê disse que o prêmio era "em parte um tributo à memória de Mahatma Gandhi".

 

Ao longo de sua vida, as atividades de Gandhi atraíram todo tipo de comentário e opinião.

 

Winston Churchil chegou a chamá-lo de "faquir castanho".

 

Sobre Gandhi, Albert Einstein disse que as gerações por vir terão dificuldade em acreditar que um homem como este realmente existiu e caminhou sobre a Terra.

 

 

 Fonte: Wikipédia- enciclopédia livre 

 

 

publicado por cleudf às 18:24 link do post
música: Peace
sinto-me: Em paz com Cristo
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08 de Maio de 2009

 "... e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". (João 8.32).

 

 

Gandhi em 1918, quando liderou os Kheda Satyagraha contra as taxações injustas.
 
De volta a Índia em 1915, Gandhi passou a exercer o papel de conscientizador da sociedade hindu e muçulmana na luta pacífica pela independência indiana, baseada no uso da não violência. O uso da não violência baseava-se no uso da desobediência civil.
 
Gandhi estava pronto para morar nas ruas sujas com os intocáveis se necessário, mas um benfeitor anônimo doou bastante dinheiro que duraria um ano. Passa então a ajudar os necessitados e as crianças carentes.
 
Em 1917 Gandhi ajudou as pessoas que trabalhavam em tecelagens, diante exploração injusta dos proprietários sobre esses trabalhadores. Ele foi detido, mas logo perceberam que o Mahatma era o único que poderia controlar as multidões.
 
Reformas foram ganhas novamente por meio da desobediência civil. Os trabalhadores têxteis de Ahmedabad também eram economicamente oprimidos. Gandhi sugeriu uma greve, e como os trabalhadores temiam as conseqüências dela, ele faz um jejum para encorajar que eles continuem a greve. Gandhi explicou que ele não jejuou para coagir o oponente, mas fortalecer ou reformar esses que o amaram. Ele não acreditou que jejuando resultaria em salários mais altos.
 
 
Gandhi jejuando, foto da década de 1920, a criança ao lado é Indira Gandhi, filha de Nehru e futura Primeira Ministra da India.
 
 
O primeiro desafio de Gandhi contra o governo britânico na Índia estava em resposta contra os poderes arbitrários do "Rowlatt Act" em 1919. A Índia tinha cooperado com a Inglaterra durante a guerra, no entanto estavam sendo reduzidas as liberdades civis.
Guiado por um sonho ou experiência interna Gandhi decidiu pedir um dia de greve geral. Porém, a filosofia de Mahatma não foi bem entendida pelas massas, e violências estouraram em vários lugares. O Mahatma se arrependeu declarando que tinha feito "um erro de cálculo", e ele cancelou a campanha.
 
 
Gandhi fundou e publicou dois semanários sem anúncios - a "Índia Jovem" em inglês e o "Navajivan" em Gujarati. Em 1920 Gandhi iniciou uma campanha de âmbito nacional de não cooperação com o governo britânico que para o camponês significou o não pagamento de impostos e nenhuma compra de bebida alcóolica, desde que o governo ganhou toda a renda de sua venda.
 
 
Gandhi realizou várias viagens ao longo de todo território hindu, com a função de conseguir a conscientização em massa de todas as pessoas, mostrando a necessidade da prática da desobediência civil e do uso da não violência. Durante finais dos anos 20, Gandhi escreve uma auto-biografia retratando suas experiências vividas. Ele é bastante sincero nesse livro, chegando ao ponto de se humilhar pelos erros cometidos, mostrando o esforço de os superar.
 
 
 
Apelo de Gandhi ao povo de Bombaim, publicado em 1919 no semanário "Índia Jovem" ("Young India").
Em suas falas ele exibe através dos dedos da mão seu programa de cinco pontos:
  • igualdade;
  • nenhum uso de álcool ou droga;
  • unidade hindu-muçulmano;
  • amizade;
  • e igualdade para as mulheres.
Esses cinco pontos, os cinco dedos representando o sistema, estavam conectados ao pulso, simbolizando a não-violência.
 
 
 
Gandhi com Nehru em 1929, época em que este assumiu a presidência do congresso.
 
 
Finalmente em 1928, ele anunciou uma campanha de Satyagraha em Bardoli contra o aumento de 22% em impostos britânicos. As pessoas se recusaram a pagar os impostos, sendo repreendidas pelo governo britânico. No entanto os indianos continuavam não violentos. Finalmente, após vários meses, os britânicos cancelaram os aumentos, libertaram os prisioneiros, e devolveram as terras e propriedades confiscadas; e os camponeses voltaram a pagar seus tributos.
 
 

 

Ainda nesse ano, o congresso indiano quis a autonomia da Índia e considerou guerra aos ingleses para conseguir esse fim. Gandhi recusou a apoiar uma atitude como esta, porém declarou que se a Índia não se tornasse um Estado independente ao final de 1929, então ele exigiria sua independência.
 
 A "Marcha do Sal"
 
Por conseguinte em 1930, Mahatma Gandhi informou ao vice-rei, de que a desobediência civil em massa iniciaria no dia 11 de março. "Minha ambição é nada menos que converter as pessoas britânicas à não violência, e assim lhe faz ver o mal que fizeram para a Índia. Eu não busco danificar as pessoas.". Gandhi decidiu desobedecer as "Leis do Sal" que proibiram os hindus de fazer seu próprio sal; este monopólio britânico golpeou especialmente aos pobres. Começando com setenta e oito participantes, Gandhi iniciou uma marcha de 200 milhas para o mar que duraria mais de vinte e quatro dias. Milhares tinham se juntado no começo, e vários milhares uniram-se durante a marcha. Primeiro Gandhi e, então outros juntaram um pouco de água salgada na beira-mar em panelas, deixando ao sol para secar. Em Bombaim o Congresso teve panelas no telhado; 60.000 pessoas juntaram-se ao movimento, e foram presas centenas delas. Em Karachi onde 50.000 assistiram o sal sendo feito, a multidão era tão espessa que impedia a polícia de efetuar alguma apreensão. As prisões estavam lotadas com pelo menos 60,000 ofensores. Incrivelmente lá "não havia praticamente nenhuma violência por parte da população; as pessoas não queriam que Gandhi cancelasse o movimento.
 
 
A "Marcha do Sal" em 1930.
 
 
 
 
Rabindranath Tagore e Gandhi em 1940.
 
Gandhi foi preso antes de que pudesse invadir os "Trabalhos Dharasana Sal", mas o amigo dele Sr. Sarojini Naidu conduziu 2.500 voluntários e os advertiu a não resistir às interferências da polícia. De acordo com uma testemunha ocular, o repórter Miller de Webb, eles continuaram marchando até serem detidos abaixo do aco-shod lathis, por quatrocentos policiais, mas eles não tentaram lutar.
 
 
Tagore declarou que a Europa tinha perdido a moral e o prestígio na Ásia. Logo, mais de 100.000 hindus estavam na prisão, incluindo quase todos líderes.
Gandhi foi chamado a uma reunião com o Vice-rei Irwin em 1931, e eles firmaram um acordo em março. A Desobediência civil foi cancelada; foram libertados os prisioneiros; a fabricação de sal foi permitida na costa; e os líderes do Congresso assistiriam à próxima Conferência de Mesa Redonda em Londres. Para participar desta conferência, Gandhi viajou novamente a Londres, onde conheceu Charlie Chaplin, George Bernard Shaw, e Maria Montessori, entre outros. Em transmissão de rádio para os Estados Unidos, ele falou que a força não violenta é um modo mais consistente, humano e digno. Discutindo relações com os britânicos, ele disse que ele não quis somente a independência, mas também a interdependência voluntária baseada no amor.
 
 
 
 
Chaplin e Gandhi.
 
 
 
Retrato de Gandhi em 1931.
 
Enquanto, preso em 1932, Gandhi entrou em um jejum em nome dos Harijans porque a eles tinha sido determinado um eleitorado separado. Poderia ser um jejum até morte, a menos que ele pudesse despertar a consciência hindu. O assunto estava resolvido, e até mesmo templos hindus intocáveis eram abertos pela primeira vez. No próximo ano, Gandhi fez um jejum de vinte e um dias para purificação, e os funcionários britânicos, amedrontados de que ele pudesse morrer, colocaram-no na prisão. Gandhi anunciou que não se ocuparia da desobediência civil até que sua oração fosse completada.
 
Mesmo com a Segunda Guerra Mundial se aproximando, Gandhi havia confirmado seus princípios pacifistas. Ele mostrou como a Abissínia (Etiópia) poderia ter usado a não violência contra Mussolini, e ele recomendou isto para os Tchecos e para os chineses. "Se é valente, como é, para morrer a um homem que luta contra preconceitos, é ainda bravo para recusar briga e ainda recusar se render ao usurpador".
 
 
 
Gandhi oferecendo 15 minutos de massagem diária a um leproso no "Sevagram Ashram" em 1940.
 
 
Já em 1938 ele exortou os judeus para defender os direitos deles e se necessário morrer como mártires. "Um manhunt degradante pode ser transformado em um posto tranqüilo e determinado, oferecendo aos homens e mulheres desarmados, a força dada a eles por Jehovah." Mahatma recomenda o uso de Métodos não violentos aos britânicos para combater Hitler; já que não podia dar seu apoio a qualquer tipo de guerra ou matança.
 
 
O Congresso prometeu a Gandhi que ele ficaria fora da prisão, mas outros 23.223 indianos foram presos, inclusive Vinoba Bhave, Jawaharlal Nehru, e Patel. Em 1942, Gandhi sugeriu modos para resistir não violentamente aos japoneses. Ele propôs uma atração às pessoas japonesas, a causa da "federação mundial da fraternidade sem a qual não poderia haver nenhuma esperança para a humanidade".
 
 
 
Gandhi ora em um encontro em 1946.
 
 
Porém, Gandhi continuou exercendo uma revolução não violenta para a Índia, e em 1942 ele e outros líderes foram presos. Ele decidiu jejuar novamente, sendo que apenas ele sobreviveu. Quando a guerra terminou, ele afirmou da necessidade de "uma paz real baseada na liberdade e igualdade de todas as raças e nações". Nos últimos anos de sua vida, se tornou mais do que um socialista. Ele havia dito, "Violência é criada por desigualdade, a não violência pela igualdade".
 
 
Ele foi a uma peregrinação para Noakhali para ajudar aos pobres. Independência para a Índia era agora iminente, mas Jinnah o Líder muçulmano estava exigindo a criação de um estado separado: o Paquistão. Gandhi prega para unidade e tolerância, até mesmo lendo às reuniões um Alcorão de orações.
Os hindus o atacaram porque pensaram que ele era a favor dos muçulmanos, e os muçulmanos exigindo dele a criação do Paquistão. Gandhi foi para Calcutá para acalmar a discussão e a violência entre hindus e muçulmanos.
 
Mais uma vez ele jejuou até que os líderes da comunidade assinaram um acordo para manter a paz. Antes de que eles assinassem, ele os advertiu de que se rebelassem ele jejuaria até a morte. Gandhi também, em janeiro de 1948 fez muito para acalmar os conflitos entre hindus e muçulmanos, permitindo a divisão da Índia em dois países.

 

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02 de Maio de 2009

"... e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (João 8.32) 

 

 

Mohandas Karamchand Gandhi (Devanagari , mais conhecido popularmente por Mahatma Gandhi ("Mahatma", do sânscrito "A Grande Alma") (Nova Déli, 2 de Outubro de 1869 — Nova Déli, 30 de Janeiro de 1948)  foi um dos idealizadores e fundadores do moderno estado indiano e um influente defensor do Satyagraha (princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto) como um meio de revolução.
 
O princípio do satyagraha, freqüentemente traduzido como "o caminho da verdade" ou "a busca da verdade", também inspirou gerações de ativistas democráticos e anti-racismo, incluindo Martin Luther King e Nelson Mandela. Freqüentemente Gandhi afirmava a simplicidade de seus valores, derivados da crença tradicional hindu: verdade (satya) e não-violência (ahimsa).

 

 
 
 
 
Gandhi aos 7 anos, em 1876.
Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido como "Mahatma" (grande alma) Gandhi, liderou mais de 250 milhões de hindus.
Mohandas Karamchand Gandhi nasceu no dia 2 de outubro de 1869 na Índia ocidental. Seu pai era um político local, e a mãe dele era uma vaisnava religiosa.
Como era costume em sua cultura nesta época, com a idade de 13 anos, Mohandas foi casado, através de um acordo entre as respectivas famílias, com uma menina da mesma idade.
 
 Formação na Inglaterra
Depois de um pouco de educação indistinta foi decidido que ele deveria ir para a Inglaterra para estudar Direito. Ele ganhou a permissão da mãe, prometendo se abster de vinho, mulheres e carne, mas ele desafiou os regulamentos de sua casta, que proibiam a viagem para a Inglaterra. Cursou a faculdade de Direito em Londres.
Procurando um restaurante vegetariano, havia descoberto na filosofia de Henry Salt um argumento para o vegetarianismo e convenceu-se dessa prática. Ele organizou um clube vegetariano onde se encontravam teósofos e pessoas com interesses altruísticos.
Sua primeira leitura do Bhagavad-Gita foi através da tradução poética de Edwin Arnold: A Canção Celestial. Esta escritura hindu e o "Sermão da Montanha”, do Evangelho, se tornaram, mais tarde, suas "bíblias" e guias de viagens espirituais. Ele memorizou o Gita em suas meditações diárias, logo após escovar os dentes, e freqüentemente recitou no original sânscrito, em suas orações.
 
 
Gandhi durante a juventude na Inglaterra, por volta de 1889.
 A vida na África do Sul
 
 
Gandhi em seu escritório de advocacia na África do Sul.
Quando Gandhi voltou à Índia, em 1891, sua mãe houvera falecido, e ele, devido a timidez não obteve êxito a exercer sua profissão legal de advogado. Assim, aproveitou a oportunidade que surgiu de ir para África do Sul durante um ano, representando uma firma hindu em KwaZulu-Natal, em um processo judicial.
Sua estadia na África do Sul, notório local de discriminação racial, despertaram em Gandhi a consciência social. Como advogado, Gandhi fez o melhor para descobrir os fatos. Depois de resolver um caso difícil, ele passou a ter notoriedade por sua atuação. Ele mesmo relata: "eu tive um aprendizado que me levou a descobrir o lado melhor da natureza humana e entrar nos corações dos homens. Eu percebi que a verdadeira função de um advogado era unir rivais de festas a parte".
Acreditava que o dever do advogado era ajudar o tribunal a descobrir a verdade, não tentar incriminar o inocente. Ao término do ano, durante uma festa de despedida, de retorno à Índia, Gandhi tomou conhecimento que uma lei estava sendo proposta para privar os hindus do voto. Os amigos dele insistiram: "fique e conduza a briga para os direitos de nossos compatriotas na África do Sul. Gandhi fundou em KwaZulu-Natal o Congresso hindu em 1894 e seus esforços foram uma vigorosa advertência para a imprensa.
 
 
Gandhi e sua esposa Kasturba Gandhi em foto de 1902.
Quando Gandhi retornou à África, após buscar a esposa e filhos na Índia em janeiro de 1897, os sul-africanos tentaram interromper suas atividades de maneiras sórdidas. Uma delas foi a tentativa de subornar e ameaçar o agropecuário Dada Abdulla Sheth; mas Dada Abdulla era cliente de Gandhi, e finalmente depois de um período de quarentena, Gandhi recebeu permissão para aterrissar. A turba de espera reconheceu Gandhi, e alguns brancos começaram a espancá-lo até que a esposa do Superintendente Policial veio ao salvamento dele. A turba ameaçou linchá-lo, mas Gandhi escapou usando um disfarce.
 
 
Gandhi com o "Indian Ambulance Corps" durante a "Segunda Guerra dos Boers" 1899-1900
Depois ele se recusou processar os que haviam lhe espancado, permanecendo firme ao principio de ego-restrição com respeito a uma pessoa infratora; além de que, tinha sido os líderes da comunidade e do governo de Natal que haviam causado o problema. Não obstante o acontecido Gandhi sentia o dever de apoiar o povo britânico durante a Guerra dos Boers, organizando e conduzindo um Corpo médico hindu para alimentar os feridos no campo de batalha. Quando trezentos hindus e oitocentos criados foram contratados, os brancos foram surpreendidos.
Gandhi acabou permanecendo vinte anos na África do Sul defendendo a minoria hindu, liderando a luta de seu povo pelos seus direitos. Ele experimentou o celibato durante trinta anos de sua vida, e em 1906 levou o juramento de Brahmacharya para o resto da vida dele.
 Satyagraha, a força da verdade
 
 
Caricatura de Gandhi representando o potencial explosivo junto à opinião pública mundial de sua desobediência civil contra o registro imposto pelo governo sul-africano.
O primeiro uso de desobediência civil em massa ocorreu em setembro de 1906. O Governo de Transvaal quis registrar a população hindu inteira. Os hindus formaram uma massa que se encontrou no Teatro Imperial de Joanesburgo; eles estavam furiosos com a ordem humilhante, e alguns ameaçaram exercer uma resposta violenta a ordem injusta.
Porém, eles decidiram em grupo a se recusarem a obedecer as providências de inscrição; havia unanimidade completa, apenas alguns se registraram. Ainda, Gandhi sugeriu aos indianos que levassem um penhor em nome de Deus; embora eles fossem hindus e muçulmanos, todos acreditavam em um e no mesmo Deus. Gandhi decidiu chamar esta técnica de recusar submeter a injustiça de Satyagraha que quer dizer literalmente: "força da verdade" . Uma semana depois de desobediência, as mulheres Asiáticas foram dispensadas do registro. Quando o governo de Transvaal finalmente pôs em pratica o "Ato de Inscrição Asiático" em 1907, Gandhi e vários outros hindus foram presos.
A pena dele foi de dois meses sem trabalho duro, dedicando-se durante esse período à leitura. Durante a vida, Gandhi passaria um total de mais de seis anos como prisioneiro. Enquanto lendo em prisão Gandhi travou contato, por carta, com Leon Tolstoi, um de seus ídolos. O escritor russo com suas idéias libertárias influenciou o indiano e indicou a este a leitura de Henry David Thoreau. Gandhi descobriu então a Desobediência Civil. Também teve papel importante a obra do pensador anarquista Kropotkin. Logo ele começou a perceber cada vez mais as possibilidades infinitas do "amor universal".
O movimento de protesto para a conquista dos direitos indianos na África do Sul continuou crescendo; em um certo ponto foram presos 2.500 indianos dos 13.000 existentes na província, enquanto 6.000 tinham fugido de Transvaal.
Sendo civil aos oponentes durante a desobediência, Gandhi desenvolveu o uso de ahimsa que significa "sem dor" e normalmente é traduzido "não violência". Gandhi seguiu o Ódio de preceito "o pecado e não o pecador. Desde que nós vivemos espiritualmente, ferir ou atacar outra pessoa são atacar a si mesmo. Embora nós possamos atacar um sistema injusto, nós sempre temos que amar as pessoas envolvidas. Assim ahimsa é a base da procura para verdade".
 
 
"Tolstoy Farm", em 1910.
Gandhi também foi atraído a vida agrícola simples. Ele começou duas comunidades rurais em Satyagrahis: "Phoenix Farm" e "Tolstoy Farm". Escreveu e editou o diário "Opinião indiana", para elucidar os princípios e a prática de Satyagraha. Três assuntos foram apontados: a indagação para direitos dos hindus na África do Sul; sobre a proibição de imigrantes Asiáticos; e por fim, sobre o invalidamento de todos casamentos não Cristãos.
 
 
Gandhi sendo confrontado por um policial ao liderar os mineradores hindus em greve de Newcastle ao Transvaal em protesto contra o "Ato da Imigração" em 1913.
 
 
Gandhi vestido como satyagraphi, ativista da não-violência, em 1913.
Em novembro de 1913 Gandhi conduziu uma marcha com mais de duas mil pessoas. Gandhi foi preso e solto após pagar fiança. Logo após o prenderam novamente e o libertaram, e novamente foi preso depois de quatro dias de liberdade. Foi então condenado ao trabalho forçado durante três meses, mas as greves continuaram, envolvendo aproximadamente 50.000 operários e milhares de índianos foram escravizados na prisão.
Alguns missionários Cristãos doaram todo seu dinheiro para o movimento. Foram libertados Gandhi e outros líderes, e foi anunciada outra marcha. Porém, Gandhi recusou tirar proveito através de uma greve em uma estrada de ferro dos "brancos" (já que certa vez Mohandas Gandhi havia sido expulso de um compartimento de primeira classe de um trem, ao se recusar a "ceder" o seu lugar a um branco e se mover para a terceira classe), sendo que Gandhi cancelou a marcha, apesar de estar "quebrando" o penhor de Sujeira (1908). "Perdão é o ornamento do valente", Gandhi explicou.
Finalmente através de negociação os assuntos estavam resolvidos. Todos os matrimônios independente da religião eram válidos; os impostos em atraso foram cancelados e inclusive os operários contratados; e foi concedida mais liberdade aos indianos.
Gandhi constatou o poder do método de Satyagraha e profetizou como poderia transformar a civilização moderna. "É uma força que, se ficasse universal, revolucionaria ideais sociais e anularia despotismos e o militarismo."
Enquanto isso a Índia ainda estava sofrendo debaixo de regra colonial britânica. Gandhi sugere que a Índia pode ganhar sua independência por meios não violentos e por via da ego-confianca. Ele rejeita a força bruta e sua opressão e declara que a força da alma ou amor e que se mantém a unidade das pessoas em paz e harmonia.

 

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sinto-me: Fortalecida pela graça de Deus
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