O JÚBILO DE QUEM AMA
01 de Fevereiro de 2009

 

Conhecendo a vida de homens comprometidos com a obra de Deus;  seus sofrimentos, a perseverança, a "fome e sede" da Palavra magnânima do Senhor,  o empenho e dedicação, da entrega total e absoluta  em ganhar almas para Jesus, percebe-se que,   nos dias atuais,   em países onde a democracia vigora,  temos liberdade para falarmos do Nome de Jesus, porém, preocupamo-nos com a solicitude anciosa pela nossa vida e deixamos de lado a busca da ordem do Senhor "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura..."(Mc 16.15),  e Paulo enfatiza na epístola aos Romanos 10:13 - 15:" Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois invocarão aquele que não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos  os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!"

Nasceu em Nyon, no lago de Genebra, na Suíça e descendeu de família nobre. Seu nome de realeza era De La Flecherè. Veio ao mundo no dia 12 de setembro de 1729 e permaneceu na terra natal até quase seus vinte anos de idade. Um amigo que o visitou, descreve o castelo em que morava como lugar paradidíaco, cheio de pássaros, repuxos cantantes e de flores. Na infância, passou por muitos perigos na vida. Uma vez quase se afogou no lago; outra vez se feriu numa cerca, de uma tal forma, que as cicatrizes lhe ficaram por toda a vida. Muito cedo as suas impressões de Deus e do pecado lhe feriram a consciência. Os pais o queriam como pároco, mas muitas das doutrinas de Calvino não o satisfaziam, por isso entrou no exército para servir a pátria, mas dentro de pouco tempo ficou desapontado. Deixou, pois, a terra em que nasceu, com o fito de entrar no exército holandês; todavia, isso lhe foi impossível e assim saiu de Flandrres para a Inglaterra em 1750. Havia concluído os estudos na universidade de Genebra e depois que aprendeu a lingua inglesa, outros cursos lhe asseguraram o futuro que lhe estava reservado.

 

A sua curta peregrinação poderia ser resumida assim: "Nasceu de novo" em 1755; foi ordenado pastor da Igreja da Inglaterra em 1757; foi nomeado clérico de Madeley em 1760; casou-se na Igreja de Batley em 1781 e partiu para a eternidade em 1785.

Mas... como soube aproveitar o pouco tempo de que dispunha na terra! Embora a saúde precária lhe fosse uma barreira, todavia a fome e sede que sentia dentro da alma fê-lo procurar os metodistas de quem tinha ouvido dizer sabiam algo melhor sobre  "a vida e a vida em abundância", que a Igreja Anglicana desconhecia. Foi lendo o "Diário de Wesley" que John Fletcher se assegurou da verdade suprema da salvação de sua alma e a ela se agarrou para todo o sempre. Certo dia, orando, prostrado diante do Senhor, teve uma visão do Salvador derramando o Seu Sangue na Cruz. A Ele se entregou. Essa foi a experiência da sua conversão.

 

Dentro de pouco tempo os paroquianos de Madeley se opuseram ao seu pastorado. Ficava Madeley a dez milhas da cidade de Wellington, a cidade do célebre Duque. Havia muitos mineiros. forasteiros e operários, notáveis pelo caráter aventureiro e malvado. O principal divertimento deles era a dança até o dia amanhecer. Muitas vezes, quando Fletcher aparecia para pregar, era recebido com vaias e apupos. Num domingo de manhã havia um plano previamente traçado para esbofetear Fletcher e pôr os cães adestrados contra ele. O servo de Deus foi "violentamente tentado", como Jonas, a fugir de Madeley. Mas continuou sob a proteção divina que o livrou das ciladas. Tomando o costume dos metodistas, começou a pregar ao ar livre. Esta atitude foi a razão para que os clérigos o ameaçassem de prisão por rebelião e cisma, e perturbação da ordem pública.

 

Fletcher escreve depois:" No meio de tais dificuldades, eu agradecia ao Senhor, porque meu coração não ficou perturbado!" Ele bem sabia que "os que querem viver piamente em Cristo sofrerão perseguições" e sentia que o amor pelo trabalho de Deus, ao contrário de ficar arrefecido, crescia e se aprofundava dentro da sua alma.

 

A amizade com os reformadores de Whitefield e Wesley foi-lhe de rica experiência. Sempre achou os demais superiores a si mesmo, tal a sua natural humildade. A piedade pelos que sofriam lhe enchia o coração. Certa vez deu todas as camisas que tinha... e outra vez obsequiou a um pobre com o melhor vasilhame da sua cozinha, dizendo aos seus que que "poderiam passar com os utensílios de madeira"... Gostava de sair com os casacos remendados e pensar que os mesmos faziam parte da "carruagem de Cristo"... A impressão que causava a todos que o viam era algo de extraordinário poder. João Wesley disse dele: "Fui visitar um homem com um pé na sepultura; mas encontrei esse homem com um pé no céu"!

 

Jamais alguém saiu de sua casa, sem que ele orasse com a pessoa. Para onde quer que ia falava de Cristo. Sim, o Meste era visto e ouvido no viver dia´rio de Fletcher. A própria esposa testemunhou: " A hora das nossas refeições é um momento sagrado; é mesmo um sacramento".

 

Certa vez, conta James Rogers, uma comitiva a cavalo, após certa jornada, apeia num estábulo e Fletcher, abrindo os braços e olhando estático para o céu, recitou parte do capítulo dezesseis de João. Diz o comentador: "Aquela figura apostolar fez-nos derretidos como uma cera no fogo..." "Íamos continuando viagem, quando alguém trouxe um lanche; pães e suco de uva. Fletcher tomou da bandeja... e aquilo que todos pensaram ele iria fazer, foi feito: A Santa Comunhão foi dada a todos. "Eis o corpo de Senhor, partido por nós; eis o seu sangue derramado na cruz..." Sentimos a presença divina caindo sobre todos nós, enquanto torrentes de lágrimas brotavam das nossas almas".

 

A maior e mais rica Porção Divina da existência de Fletcher, foi o domínio do Espírito Santo, sobre a sua inteira personalidade. A profecia de Joel, acreditava ele, não se havia cumprido, toda ela, em Atos capítulo dois. Ali havia sido o começo. Um dos amigos de Wesley, conversando sobre a influência de Fletcher sobre quantos o viam, disse: "Seu assunto favorito era a Promessa do Pai: O Dom do Espírito."

 

- "Qual a explicação desse Dom?" - perguntaram-lhe certa feita.

- "Oh" disse ele- "toda a doçura das atrações do Pai; todo o amor do Filho e todas as riquezas do Espírito Santo, atribuições essas mais expressivas do que palavras possam expressar, EIS O DOM! -  para atingi-lo, o próprio Espírito faz intercessão "com gemidos inexpremíveis" de um Deus para outro Deus."

 

FAlava aos que ele sabia  eram o verdadeiros crentes:" Achegai-vos mais a Cristo a mais uns aos outros em fé e amor, até que rrecebais o Espírito Santo, Consolador, na glória da sua Plenitude!" E repetia, sempre repetia, certo de que seus dias eram poucos: "Esta é a maior bênção que o cristão pode receber na terra!  Deus Pai é nosso criador; Deus Filho é o nosso Redentor e Deus Espírito é o nosso Santificador."

 

E explicava, com aquela coragem que lhe dava uma coragem e uma ousadia fora do comem:" Não confundais a dispensação do Espírito com a dispensação do Filho! Supondo que a dádiva total do Santo Consolador fosse dada a todos no ato da conversão...oh, que quadro desolador, ver tão poucas páessoas espirituais!..."

 

Pregando sobre este assunto, certa ocasião, fez o apelo: " Os que tiverem realmente sede dessa Plenitude, me aconpanhem à sala ao lado." Muitos o seguiram e a corrente não quebrou os seus elos por duas ou três horas.

 

Diz um dos seus biógrafos: "Vi-o, não só em público, como em particular, tão cheio do Espírito, que exclamava: "Oh! Senhor, alarga este vaso, ou ele se quebrará!".

 

Uma vez quando pregava sobrre o assunto: "Aquele que vem a Mim, de modo algum o lançarei fora", o auditório de debulhava em lágrimas: É que o Senhor nos pede o coração e não o raciocínio. E toca, diretamente, a fonte de todos os sentimentos e de todas as emoções. Muitos mineiros, saídos do trabalho deixavam estrias brancas nas faces, traçadas pelas lágrimas. Ao concluir, Fletcher estava molhado de suor. "Meu campo de ação é tão próximo da minha porta que, um caso fatal, há só um passo do púlpito para a cama e desta para a sepultura." Dizia que a palavra de Cristo o constrangia sobremodo: "Quem quiser ser meu discípulo, NEGUE-SE A SI MESMO..."

 

Nos obscuros dias do Século XVIII, na Inglaterra e na Escócia, houve quatro homens que se destacaram: JOÃO E CARLOS WESLEY, WHITEFIELD E JOHN FLETCHER. E os rastros que deixaram, mostram claramente, que "o seu trabalho não foi em vão".

 

É a última reunião que Fletcher dirige. Quase não pode prosseguir, dada a debilidade física e o pranto alto que se verifica no auditório. Uma ou duas vezes, parece que vai sucumbir... mas se reanima e prossegue... Após quatro horas de trabalho, é carregado para a cama. Consegue melhorar e viver por mais outra semana.

 

No domingo à noite, 14 de agosto, às dez e trinta e cinco minutos, ele deu o último passo, "de uma cama para a eternidade, andando com Deus, como Enoque!"

 

Suas palavras finais são: "DEUS É AMOR...  AMOR...    AMOR..."

 

Fonte: Vidas Poderosas - Enéas Tognini.

 

 

publicado por cleudf às 19:29 link do post
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