O JÚBILO DE QUEM AMA
22 de Fevereiro de 2009

Charles Grandison Finney
Charles Grandison Finney
 

Charles Grandison Finney (Warren, 24 de agosto de 1792 - Oberlin, 16 de agosto de 1875) foi um pregador, advogado, professor, teólogo, abolicionista e avivalista estado-unidense, um dos líderes do Segundo Grande Despertar (Second Great Awakening).

Introduziu várias inovações no ministério religioso, tais como a censura pública e nominal de pessoas durante o sermão, a permissão da manifestação das mulheres em cultos para ambos os gêneros e outros. Era também famoso por realizar seus sermões de improviso.

 Nascido numa pequena cidade do Connecticut, Finney era o mais jovem dos quinze filhos de um típico casal de fazendeiros. Frequentou a escola até os quinze ou desesseis anos de idade, quando foi tido como capaz de lecionar nas mesmas instituições e nos mesmos moldes pelos quais fora formado. Sua grande estatura, olhar penetrante, pendor musical e espírito de liderança logo lhe granjearam o reconhecimento da comunidade.

Mais tarde ingressou como aprendiz num escritório advocatício, onde pretendia estudar para tornar-se um advogado, em Adams, tendo se formado posteriormente e exercido a profissão com sucesso. 

 Com a idade de vinte e nove anos, sob orientação do pastor George Washington Gale, formou-se ministro da Igreja Presbiteriana, embora desde o começo já tivesse muitas divergências acerca de doutrinas fundamentais pregadas por aquela denominação.

Em 1832 mudou-se para a cidade de Nova Iorque, onde pastoreou na Chatham Street Chapel, e mais tarde fundou e pastoreou no Broadway Tabernacle (atualmente chamada de Broadway United Church of Christ).

Ao largo de sua atividade como evangelizador popular, Finney envolveu-se com o movimento abolicionista. Já em 1821 negara comunhão a traficantes de escravos em suas igrejas.

Em 1835 mudou-se para Ohio onde atuou como professor de teologia e depois presidente (reitor) do Oberlin College(no período de 1851 – 1866).

Antes de sua conversão Finney era um ativo membro da Maçonaria, tornando-se depois desta um forte oponente da entidade, tendo escrito um extenso livro atacando-a, intitulado "The Character, Claims, and Practical Workings of Freemasonry" ("O Caráter, Pretensões, e Funcionamento Prático da Maçonaria", numa livre tradução).

Havia alcançado o terceiro grau como Mestre Maçom, em oito anos. Veio depois a afirmar que parte de seu juramento como maçom era imoral e a Maçonaria era perigosa ao governo civil, comprovando isto com o assassinato do anti-maçom William Morgan.

 

A conversão de Finney e o seu imediato batismo no Espírito Santo, contados em sua biografia, são impressionantes. O amor a Deus, a fome de sua Palavra, a unção para testemunhar e anunciar do Evangelho vieram sobre ele no dia de sua entrega a Jesus. Imediatamente, o advogado perdeu todo o gosto pela sua profissão e tornou-se um dos mais famosos pregadores do Evangelho.

 

 Eis o segredo dos grandes pregadores, nas palavras do próprio Finney: Os meios empregados eram simplesmente pregação, cultos de oração, muita oração em secreto, intensivo evangelismo pessoal e cultos para a instrução dos interessados. Eu tinha o costume de passar muito tempo orando; acho que, às vezes, orava realmente sem cessar. Achei, também, grande proveito em observar freqüentemente dias inteiros de jejum em secreto. Em tais dias, para ficar inteiramente sozinho com Deus, eu entrava na mata, ou me fechava dentro do templo.

 

 Este conceituado advogado freqüentava assiduamente as reuniões de oração em Adams, Nova York, mas a sede de salvação lhe invadiu a alma “numa tarde de domingo, no outono de 1821”. Todavia, se achava muito ocupado no seu escritório de advocacia e pouco tempo lhe sobrava para a leitura da Bíblia. Seu orgulho, no entanto,  lhe vedava as portas das oportunidades. Quando orava, dizia ele, “fazia-o entre  dentes, assim mesmo só depois de haver tapado o buraco da fechadura, para que ninguém viesse a descobri-lo.” A Bíblia era conservada sobre a mesa, debaixo dos livros de jurisprudência para que ninguém soubesse que ele era assíduo leitor do Livro Santo. Parecia-lhe, por vezes, que o coração se tornava endurecido e os olhos sem lágrimas. Apoderavam-se dele estranhos sentimentos de culpa, até que veio a crise terrível. Vozes lhe falavam à consciência: “Que estás tentando fazer?” “Não prometeste entregar o coração a Deus?” A realidade da expiação de Cristo se lhe tornara clara à mente e de maneira maravilhosa.

 

 

 Parado à rua, sem se lembrar quanto tempo aí ficara, veio-lhe a pergunta: “Aceita-Lo-ás agora?” E ele responde imediatamente: “Sim, aceitá-lo-ei HOJE ou morrerei!”

 

Enveredou-se, portanto, por um trecho da floresta, caminho do qual costumava dar um passeio diário, “sentindo que devia estar só, longe dos olhos e dos ouvidos humanos”.  O orgulho de ser visto, no entanto, continuava. Ele, um advogado, estar a braços com problemas religiosos... Parecia-lhe uma humilhação... Mas foi subindo a encosta da colina. E penetrou no bosque, achando um refúgio, numa profundidade de meio milha, do outro lado da montanha. Ajoelhou-se para orar. “Ou entregarei hoje o coração a Deus, ou nunca mais descerei dessa encosta”.

 

Descobriu que não podia orar. Oh! Se pudesse falar bem alto e ninguém ouvisse senão Deus! Mas... Ao farfalhar das folhas... Podia ser alguém espiando... Ele, um homem de letras, ali ajoelhado... Por várias vezes tentava orar e por outras tantas fracassava... Aproximava-se do desespero. “Meu coração está morto para Deus”, pensava ele. Afinal, acreditou que já era tarde demais e que o Senhor o havia abandonado...

 

Abriu os olhos de repente... Parecia-lhe que alguém se aproximava... E foi então, nesse instante, que lhe foi revelado o orgulho e a obstinação que o escravizavam. Pôs-se a gritar, desesperadamente. Não! Era um pecador impenitente e estava diante do seu Deus! Que todos o vissem! Todos! Já não se importaria mais...

 

Uma passagem das Santas Escrituras lhe penetrou na alma, como um “dilúvio de luz”: BUSCAR-ME-EI E ME ACHAREIS, QUANDO ME BUSCARDES DE TODO O VOSSO CORAÇÃO!” Acreditara sempre na Bíblia, intelectualmente. Agora cria na veracidade da Palavra. E foi assim que orou, clamando, rogando, insistindo e chorando:

 

“- Senhor, tomo a Ti pela Tua Palavra! Agora tu sabes que te busco de todo o coração e que vim a este lugar para orar a Ti e Tu prometeste ouvir-me!

 

E a passagem lhe vinha à mente repetidas vezes: “... Quando me buscardes de todo o vosso coração!” Deus não podia mentir. A sua palavra, era a Palavra revelada! Apoderou-se, pois dela, como um náufrago a uma tábua.

 

Orou várias horas, até que, sem o sentir, já se achou no caminho de volta. Ao ouvir o crepitar das ramas, já sem medo, sentia uma leveza e um bem estar nunca sentidos, e então, enfatizando a voz disse: “Se eu for realmente um convertido, hei de pregar o evangelho!”

 

Verificou que a sua mente a poucas horas cheia de turbulência, de temores, de preocupações, desânimos e desespero, agora “estava maravilhosamente calma e pacífica.” Pensamentos o assaltavam: “Será que melindrei o Espírito?” “Parece-me que perdi toda a convicção...” “Não a tenho preocupações  a respeito  da minha alma...” Passou a lembrar-se do que pediu em suas orações: Que tomaria a Deus pelas suas Palavras e que, de certo, o Senhor não se agradara de quanta coisa insensata ele lhe havia dito.

 

Contudo, marchava calmamente em direção à vila. E tão perfeita era a calma, que sentia como se toda a natureza parasse para contemplá-lo. Era o dia 10 de outubro de 1821. Fora ao bosque após o café da manhã. Ao voltar, era a hora do jantar.

 

Mas de que modo poderia explicar aquela calma que o dominava? “O repouso mental”, dizia ele,  “era inexplicavelmente grande, tão grande que não posso descrever em palavras. O pensamento em Deus era tão doce à minha mente...”

 

Não pode jantar. Faltava-lhe o apetite. Apanhou o violino, como costumava fazer. Começou a cantar trechos de música sacra, acompanhando-se ao instrumento. Mas foi interrompido pelo pranto. A corrente emotiva era de tal modo que lhe dava a idéia de que se corroia,  não de dor, mas de grande doçura que lhe permeava os pensamentos e as emoções.

Conta-se acerca deste pregador que depois de ele pregar em Governeur, no Estado de New York, não houve baile nem representação de teatro na cidade durante seis anos. Calcula-se que somente durante os anos de 1857 e 1858, mais de 100 mil pessoas foram ganhas para Cristo pelo ministério de Finney. Na Inglaterra, durante nove meses de evangelização, multidões também se prostraram diante do Senhor enquanto Finney pregava.

 Descobriu-se que mais de 85 pessoas de cada 100 que se convertiam sob a pregação de Finney permaneciam fiéis a Deus; enquanto 75 pessoas de cada cem, das que professaram conversão nos cultos de algum dos maiores pregadores, se desviavam. Parece que Finney tinha o poder de impressionar a consciência dos homens sobre a necessidade de um viver santo, de tal maneira que produzia fruto mais permanente.

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sinto-me: Tranquila
música: Bach
16 de Fevereiro de 2009

...Continuação.

Anos depois, a Universidade de Yale se cobriu de labéus dos quais jamais se libertará, porque David Brainerd, "o santificado", fez uma obra de tal alcance, que o mundo inteiro o conheceu como o maior intercessor, o mais dedicado à oraç´~ao e o mais pronto a obedecer às ordens divinais. Lê-se no seu diário:

 

"Segunda-feira, 19 de abril de 1742. Separei este dia para jejum e oração, pedindo a Deus que me prepare para o ministério da palavra e me dê seu auxílio e direção, enviando-me, quando lhe aprouver, para a sua seara."

 

"Terça-feira, 20 de abril: Hoje completo vinte e quatro anos. Oh! Quantas provas da misericórdia divina recebi no ano que se foi! O Senhor me ajudará a viver mais para a Sua glória nos dias futuros."

 

"Quinta-feira, 29 de julho: Fui examinado na Reunião de Danbury sobre meus conhecimentos e experiências religiosas, e fui licenciado para pregar o Evangelho."

 

"Seguem-se outras notas sobre períodos de oração, meditação e jejum, intercalados de períodos de louvor e adoração.

 

"Quarta-feira, 14 de setembro de 1743: Neste dia devia eu receber meu diploma (pois é o dia de colação de grau), mas Deus achou por bem negar-me isso. E, muito embora temesse me sentir frustrado ao ver meus colegas receberem seus diplomas, Deus me concedeu a calma e resignação: 'FAÇA-SE A TUA VONTADE'. Fiquei absolutamente tranquilo."

 

Era ele o primeiro aluno da sua turma. David Brainerd compreendeu, em boa hora, que os aflitos não tem outtro caminho a tomar senão o de buscar a Deus em todas as suas tristezas e tribulações, pois o Senhor é uma fortaleza para todos os que O amam.

Toda a sua vida foi gasta, daí por diante, entre os índios de sua terra. Visitava-os, assistia-os, pregava-lhes o Evangelho, mas sobretudo, ORAVA INCESSANTEMENTE por eles. Certa vez o seu intérprete mal se continha de pé, devido ao estado de embriaguez em que se achava, mas mesmo assim, vários índios se dedicaram ao lado de Cristo!

 

"Quita-feira, 27 de junho: Sinto que a minha alma se rejubila por ver que a Deus agradou despertar, por meu intermédio, esses pobres índios. Oh! Quanto bem faz ao meu coração e quanto me refresca a alma, ver o fruto dos meus esforços!"

 

A tuberculose começa a afligí-lo e a 28 de março do ano seguinte embarcou rumo a Northompton, onde se encontrou com a sua noiva Jerusa, filha dileta do avivalista Jônathas Edwards. ela escreveu ao pai dando notícias do seu estado gravíssimo. Todavia, a crise passou. Na sexta-feira, 2 de outubro, ditas essas palavras: " MINHA ALMA, NESTE DIA, ESTEVE FIXADA EM DEUS, CONSTANTE E DOCEMENTE. QUIS MUITO ESTAR COM ELE PARA CONTEMPLAR-LHE A INFINITA GLÓRIA. SENTI-ME DISPOSTO A CONFIAR-LHE TUDO: MEUS AMIGOS,   MEUS QUERIDOS,  MEU REBANHO MUITO AMADO,  MEU IRMÃO AUSENTE,  ENFIM,  TODOS OS INTERESSES TEMPORAIS E ETERNOS!"

David expirou a 9 de outubro de 1747, contando 29 anos.  Jerusa, que o assistia, como a sua fiel enfermeira, faleceu a 14 de fevereiro do ano seguinte, após uma rápida enfermidade de cinco dias, com a idade de 18 anos. Ela possuía o mesmo espírito de abnegação que o seu noivo. Os dois túmulos ficaram juntos. Mais tarde, o de seu pai Jônathas Edwards também.  Poucos dias antes de falecer, disse ao seu irmão:  "Oh! Meu irmão, persiga sempre a plenitude do Espírito Santo! Avance, com os olhos fitos nessa bendita direção! E deixa que a sua alma sedenta exclame continuadamente:   JAMAIS ESTAREI SATISFEITO, ENQUANTO NÃO ACORDAR NA TUA SEMELHANÇA!"

 

Algumas horas antes do fim, disse diante de todos que o rodeavam:  "MORRER É BEM DIFERENTE DO QUE A GENTE IMAGINA..."

Explicava que todos aqueles que confiam no SENHOR, não tem consciência de dores físicas ou angústias em face da morte. 

 

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sinto-me: Tranquila
música: Clássica
13 de Fevereiro de 2009

 
David Brainerd nasceu em Haddan, condado de Herford, Connecticut, a 20 de abril de 1718. Órfão de pai aos 9 anos e aos 14 anos, órfão de mãe. Seu pai era pastor. Desde os 8 anos atormentava-o a idéia de morte e isso contribuía para ser tão melancólico e retraído quanto foi. Embora de vez em quando se inclinasse para assuntos religiosos, freqüentando mesmo reuniões de oração, todavia passou grande parte de sua adolescência “sem Deus no mundo”. Recebeu conselhos de pessoas mais velhas e passou a andar nessa companhia, visto que, com os jovens, doía-lhe muito a consciência ao voltar das brincadeiras e dos divertimentos. Aos 20 anos começou realmente a estudar.
 
No inverno de 1738 aprouve a Deus, quando ele saía num domingo de manhã, conceder-lhe tal senso do perigo e da ira divina, que ficou assombrado, desvanecendo-se os seus julgamentos de justiça própria. Em fevereiro de 1739, separou um dia para jejum e oração, clamando a Deus por misericórdia. O Senhor lhe abriu novas portas. Todavia, obstinado e endurecido, vagueou, com esperanças às vezes e outras tantas em profunda tristeza. Idéias duras sobre a onisciência de Deus o assaltaram.
 
Diz ele: “Certa manhã, estando a andar sozinho em lugar solitário, como costumava fazer, num repente vi que todas as minhas artimanhas e projetos de efetuar ou procurar libertação e salvação por minhas obras eram inteiramente vãos e então me vi completamente perdido. Percebi que todos os argumentos e desculpas que pudesse engendrar se para tanto me fosse dada a eternidade, seriam ocos e vãos.”
 
Esse estado de alma durou até à noite do domingo 12 de julho de 1739, quando sentiu uma nova visão de Cristo tal qual nunca tivera e da qual não fazia a menor idéia. Permaneceu diante desse cenário divino, por um bom espaço de tempo, inteiramente maravilhado e admirado. Era algo de excelência e beleza fora do comum. Parecia-lhe estar contemplando a glória divina. A sua alma se mostrava cativada e deliciada, parecendo-lhe estar absorvido em Deus. Escreve ele: “Assim o Senhor me trouxe a uma cordial disposição de exaltá-lo no trono como Rei do Universo”. Até tarde da noite, continuou naquele estado de “íntimo contentamento e paz”. Sentia-se como num mundo novo. O caminho da salvação se lhe abriu com tal propriedade e excelência e com tão infinita sabedoria, que muito se admirou. Aquele doce alívio permaneceu por muitos dias. Mas... novas idéias absurdas começaram a surgir. Escreve ele: “Sentia-me grandemente culpado, medroso e envergonhado de comparecer diante de Deus. Sentia-me oprimido por sentimentos de culpa. Pelo mês de agosto desse ano, novamente me senti vencido por grande escuridão”. Mas aprouve ao Senhor voltar-se graciosamente para o seu servo. No mês de setembro, matriculou-se na Universidade de New Havem, no Colégio de Yale. Gastou algum tempo em oração e exame próprio, diariamente e, conforme suas palavras; “O Senhor brilhou de tal maneira no meu coração, que passei a gozar da íntima certeza do Seu favor! Várias passagens da Bíblia se abriram para a minha alma com uma clareza, poder e doçura!”
 
Adoecendo de sarampo, voltou a sua casa em Haddam. E foi aí, durante essa enfermidade que a sua alma chorava a ausência do Consolador. Então clamou a Deus, pedindo-lhe ajuda. Estando entregue à meditação e a oração, “experimentei”, declara ele, “uma visitação refrescante e suave, vinda do Alto, de tal modo que minha alma foi levada para bem acima de todo o temor da morte. Como se tornou agradável esse período! Muito mais que todos os prazeres e delícias que o mundo nos pode oferecer!”
 
Volta à Universidade. Seus períodos de oração e meditação em Deus continuaram e ele atesta: “Oh! Uma hora com Deus excede infinitamente a todos os prazeres deste mundo inferior”.
 
Um dia... (Oh! Como o inimigo espreita os servos do Senhor!) um colega lhe perguntou o que pensava de certo professor e ele respondeu que o dito mestre “não tinha a maior graça do que a cadeira que se sentava”. Estavam presentes uns poucos amigos e outras pessoas. O caso foi denunciado e David foi expulso do Colégio. Os amigos intercederam por ele. Ele próprio buscou a reconciliação. Chegou a escrever uma confissão completa e pormenorizada, suplicando perdão. Humilhou-se até o pó. A direção negou-se, terminantemente, ouvi-lo ou atender-lhe as súplicas.

Continua...

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sinto-me: Feliz com Jesus
música: Bach
09 de Fevereiro de 2009

Continuação.

 

 

 

É fascinante quando deparamos com relato de vidas que foram, apesar da luta árdua, perseguições, exemplos de vida e dedicação à obra do Senhor Jesus. E a Bíblia enfatiza que "aqueles que vem a mim de maneira nenhuma lançarei fora",  portanto, a conversão de William Booth e a sua entrega total e fascinante na obra de Deus, além de ser bem-aventurado e alcançar a vida eterna, ainda deixa registrado um legado de excelente exemplos de santidade e amor ao próximo.

 

Para inteirarmos da vida deste homem de Deus, dedicado à seara, tornando-se um ceifeiro precioso com seu brilhantismo como servo de Deus, na incumbência de ganhar almas que, continuaremos no relato da sua biografia a qual nos fascina ,suplicando ao Senhor Deus que sigamos o exemplo de vida de WILLIAM BOOTH.

 

A admirável obra de Deus foi interrompida por uma estranha influência de oposições, encabeçada pelo velho ministro superitendente, que não podia ver um jovem comno William com tão extraordinário êxito. Muitos outros ministros, ao contrário, regozijavam-se no Senhor, reconhecendo que o Espírito Santo separou William para tão gloriosa obra.

 

A tormenta se desencandeou na Conferência anual. E assim, em 1857, foi decidido, por quarenta e quatro votos contra quarenta, que William cessasse sua obra de evangelização. Uma acalorada controvérsia durou cinco horas, precedendo essa decisão. O homem, cuja paixão era a salvação de almas e que estava divinamente chamado para isso, não devia mais ir de pessoa a pessoa, nem de cidade em cidade. Devia assentar-se e servir calmamente a uma pequena e pobre congregação...

 

Os quatro anos de prova terminaram e William foi ordenado pastor, desfrutando de todos os privilégios de um ministro. Muitas e muitas igrejas solicitaram os seus serviços, mas os opositores lograram impôr-se outra vez e a Conferência o nomeou a uma igreja em Gateshead. Estava decaída, mas o seu templo tinha capacidade para mil e duzentos pessoas. Ao primeiro serviço realizado, concorreram cento e trinta pessoas e seis delas buscaram a salvação. E foi num crescendo tal que muitos ficaram de pé, apinhados, colados uns aos outros e o povo da cidade falava do templo metodista como "A Casa das Conversões"."

 

No fogo da sua paixão pelas almas, William decidiu efetuar uma campanha de avivamento que durou dez semanas. As luzes do Pentencostes aí se iniciaram. Foram dias sagrados, que vieram a chamar-se "Dias com Deus". Como resultado desse esforço, mais de novescentas pessoas acharam a salvação. Entre estas, famílias inteiras. Muitos desses convertidos vieram a ser pregadores do evangelho. O período de sua permanência em Gateshead foi prolongado de um ano a três. Durante todo esse tempo não cessou a busca das almas para a salvação.

 

A senhora do ministro Palmer (vindos da América do Norte), começou a pregar sobre a doutrina da plenitude do Espírito> Isso desagradou a alguns ministros e se desencandeou uma terrível oposição contra as mulheres pregadoras. Chegou um folheto de acusação às mãos da senhora Booth. Ela, tomando de um pedaço de papel e um lápis, escreveu uma defesa t~so perfeita, que o esposo a aprovou e lhe deu toda a publicidade. era intitulada "O Ministério da Mulher". O Espírito de Deus falou à alma de Catarina, insistindo para que ela erguesse a sua voz feminina e testemunhasse publicamente de Cristo. dentro de si mesma ela respondeu: "Não posso..." E novamente afirmava: "Não posso fazer isso..." Ao sentir porém, que tais insinuações vinham do maligno, levantou-se e pediu ao esposo:

 

- Quero dizer uma palavra!

 

William, aquela figura imponente, de cabeleira negra, revolta e grandes olhos perspicazes, disse ao público:

 

- Minha querida esposa quer falar.

 

Que mulher extraordinária! Não, ela não falava por si mesma. O espírito Santo a impulsionava a falar. Tomou conta de sua garganta, de sua voz, do seu coração. Ela derramava a alma, discorrendo o assunto: "ENCHEI-VOS DO ESPÍRITO". A notícia desse primeiro e extraordinário sermão se propagou por toda a Inglaterra... E além fronteiras... Começou a receber convites para pregar. Tempos depois, quando o esposo adoeceu, Catarina dirigiu, com uma humildade e uma consagração dignas de aprovação, todo o âmbito de serviço de William. A crítica à sua pessoa foi dolorosa. Mas esta serva de Deus aceitou o opróbio como a porção que deveria sofrer por amor a Cristo.

Voltando a Londres, o cenário dos desamparados moveu o coração de William de tal modo que acreditou fosse a sua verdadeira missão o amparo dos desprovidos da sorte. Tiveram eles a imensa alegria de ver convertidos e consagrados à causa de Deus, todos os filhos. O Primogênito, Bramweel, em homenagem ao seu antecessor, ofereceu a vida ao Senhor em tenra idade. Foi criada a "Missão Cristã do Oeste de Londres" e esta foi o início do "Exército de Salvação". Decorria o ano de 1878. Catarina adoeceu de câncer e não quis submeter-se à operação. Durante os anos que passou sofrendo o matírio de tão terrível enfermidade, manifestou o mesmo espírito e propósito que havia tido no curso da sua vida desde o dia em que, junto com o esposo, se lançou à guerra santa, procurando despertar e alentar outras vidas, Deu, mesmo durante os dias mais sombrios, mensagens a grandes congregações, todos sabendo que ela se encontrava às portas da morte. Em 14 de outubro de 1890, faleceu Catarina Booth. William vê partir para a eternidade a alma da companheira de mais de quarenta anos de afinidade perfeita. Era querida e venerada por pessoas de todas as classes sociais. Cerca de trinta e seis mil pessoas estiveram presentes no seu enterro.

 

O "Daily Telegraph" publicou: "Era um quadro sumamente comovedor quando o alto e ereto general se adiantou na penumbra para falar da perda que havia sofrido. Falou veronilmente, sem o menor sinal de fraqueza, como um soldado que havia aprendido a dominar suas emoções. Poucas esposas no mundo têm recebido tão eloquente homenagem dos seus maridos, como o general Booth rendeu à sua companheira. Fácil é ver agora onde se encontra a FORTALEZA DO EXÉRCITO DE SALVAÇÃO"!

 

A entidade salvacionista, conhecida no mundo inteiro, foi organizada com todos os moldes de um exército de armas. Seus soldados percorreram todas as nações.

 

Bramwell Booth, ao assumir a liderança em lugar do pai, disse as palavras que depois ficaram como lema: "Toda a terra é minha, pois todas as terras pertencem ao meu Pai Celestial!" Evangelina Booth, chegou a ocupar a posição eminente de gereral tendo antes passado um período de trinta anos como salvacionista nos Estados Unidos.

 

William, que vinha enfermo da vista, submeteu-se a uma cirurgia e o filho, ao dar-lhe a infausta notícia da cegueira, recebeu a seguinte resposta: "Trabalhei para o meu Mestre com a minha vista, Bramwell, e agora trabalharei para ele sem a vista!" Homem valente e admirável, santo de grande coração, elevou-se acima de novo para a luta! Ema, uma das filhas, sofreu um acidente ferroviário vindo a perder a vida, e foi este um golpe terrível para o guerreiro William. Mais tarde, ao sentir as primeiras demonstrações de fraqueza física, disse a uma das filhas: "Já começo a antecipar o dia em que encontrarei com a tua querida mamãe e com tua irmãzinha Ema!"

 

Certa vez, - relata Minie Carpenter, sua biógrafa e salvacionista do Exército, - perguntaram a William qual o segredo do seu triunfo, ao que ele exclamou: "DECIDI DAR A DEUS TUDO O QUE HAVIA EM WILLIAM BOOTH!"

 

E enquanto o Exército de Salvação prossegue, vitorioso, incendiando o mundo com a mensagem do Evangelho, o seu fundador passa os últimos dias terrenos confinado a um leiro de dor. De vez em quando se ouve o grande cedo exclamar: "Oh! A salvação das gentes!... E dirigindo-se ao filho: Oh! Bramwell, cuida dos desamparados!". Suas últimas palavras audíveis, são: "As promessas de Deus são certas!" E faz ênfase sobre o qualificativo.

 

Fica insconsciente. Há só um suave respirar até o fim, quando é promovido à Glória eterna, no dia 20 de agosto de 1912.

 

Fonte: Vidas Poderosas- Elias Tognini

 

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sinto-me: Feliz com Jesus
música: Handel
06 de Fevereiro de 2009

 

Nasceu em Nottingham, Inglaterra, a 10 de abril de 1829, filhos de pais humildes. Tinha três irmãs e no seu lar nunca se falou de religião. Eram reservados e os vizinhos os olhavam como pessoas misteriosas. William tinha um primo sapateiro, metodista, cuja vida cristã era atraente. Com ele se associou nos deveres religiosos. Samuel Booth, pai de William, caiu gravemente enfermo e buscaram a ajuda espiritual do sapateiro. Nos últimos instantes compreendeu que havia gasto mal a sua vida, vivendo de maneira insensata. Arrependeu-se, pediu perdão dos pecados e morreu confiando em Jesus. Esse primeiro contato com a morte causou no ânimo de William uma forte impressão. Compreendeu que era um espírito imortal e que só tinha uma vida. Que faria para bem vive-la? Tais pensamentos o levaram a uma igreja metodista da qual o seu primo era membro e ali se filiou a uma  classe onde se  ministravam instruções espirituais.

 

Quando se encontrou com Cristo, ficou muito clara em sua mente uma falha da qual, para livrar-se devia fazer confissão pública. Lutou, mas venceu. O peso lhe saiu do coração e experimentou uma paz sem limites. Por esse tempo visitou Nottingham um pastor metodista de nome James Caughey, piedoso homem de Deus e poderoso pregador. Uma onda de avivamento passou pela cidade e cerca de mil almas buscaram a salvação. William sentiu dentro de si as ardências da vocação de ganhar alma para Cristo. Fez amizade com um companheiro piedoso, William Sansom e os dois foram como Jônatas e Davi. Com ele iniciou suas pregações. Foi durante a revolução política de Londres que William teve a visão gloriosa da possibilidade de uma entrega total. Escreveu ao amigo: "Desejo oferecer-me ao exército, pois se for à Austrália como capelão de um transporte de prisioneiros, pregarei aos piores homens acerca da salvação em Cristo." E seu grito de combate deveria ser: "CRISTO PARA MIM".

Pouco tempo depois dessa liberação, seu amigo, Sr. Rabbittis aconselhou-o a abandonar a vida comercial da qual obtinha o sustento, para aceitar um lugar num pastorado entre os reformadores. era uma oportunidade de empregar o tempo no trabalho de Deus. Aceitou uma oferta de um pequeno salário e, ao despedir-se, o patrão lhe ofereceu lucros vantajosos, mas William escapou da escravidão e passou a dedicar sua vida ao serviços do Mestre.

 

Aos vinte e três anos encontrou-se com uma jovem que seria sua companheira. Eram quase da mesma idade e sentiram fortes afinidades um pelo outro. Entregaram ao Senhor o problema. Ele era a senhorita Catarina Mumford membro assíduo e consagrado da Igreja Metodista. Seu lar era refinadamente cristão e muito cedo Catarina entregou o coração a Cristo. Desde menina revelava um caráter impoluto. Tinha dó dos que sofriam; penalizava-se dos animais esquálidos e lhes comprava alimentos com  o dinheiro que lhe caía às mãos; leu muito e adquiriu conhecimentos como poucas meninas de sua idade. Sobretudo, lia a Bíblia e os escritos de Wesley, de Fletcher e de Bramwell. "Quero ter um coração limpo", repetia-se a si mesma. Por motivo de aliar-se aos reformadorres, expulsaram-na da Igreja onde passara a meninice. Foi então que conheceu William Booth. O primeiro contato se deu numa igreja reformada com a qual Catarina se filiara e onde William fora convidado a pregar. Pareceu-lhe que o sermão havia sido o melhor que já ouvira. A mensagem e personalidade do pregador a atraíram e ao se cumprimentarem eram como conhecidos de há muito tempo.

William gostava de decidir sem vacilações. Assim se deu ao comprometer-se com Catarina e ao resolver entrar no Seminário de Londres a fim de preparar-se melhor para o ministério da Palavra. Tais progressos fez nos estudos que, ao cabo de um ano, foi recomendado como ministro e aprovado por quatro anos, podendo casar-se no primeiro ano. Foi nomeado pastor assistente numa igreja de Londres, mas foram tantos os convites para trabalhos de evangelização e tão grande a colheita de almas, que lhe deram mais ampla liberdade de ação.

 

A cerimonia nupcial de Catarina e William não teve flores, nem música, nem público. Eram a noiva, o noivo, o ministro e as testemunhas. Seguiram imediatamente para o campo de batalha: as casas de uns e de outros, evangelizando, doutrinando. Visitaram as ilhas do Canal da Mancha e as cidades ao norte e oeste da Inglaterra.

As "Festas de amor" do tempo de Wesley prosseguiram e William expressava o seu apego à ação direta do Espírito Santo para a vida de serviço. Catarina escreve à sua mãe: "Calcula-se que estavam presentes duas mil pessoas. Meu amado esposos falou cerca de duas horas, com o interesse e a atenção de todos."

Durante uma das campanhas que efetuou em Cornwall, aprendeu a importante lição de deixar o povo expandir-se em "glórias e aleluias". Tais demonstrações de gozo espiritual se apartavam dos costumes de reserva e absoluto silencio nos serviços religiosos. Outra lição aprendida foi a de evitar as demonstrações públicas que lhes eram oferecidas.

William foi designado para dirigir uma campanha evangelística na sua cidade natal. Anos antes havia saído de Nottingham como jovem pobre, desconhecido e sem emprego. Voltava como evangelista, coberto de honras e acompanhado de sua encantadora esposa. A capela onde se havia encontrado com o Amado Salvador e onde havia recebido a inspiração do piedoso Caughey para a sua vocação ministerial, regorgitava de gente para ouví-lo. Catarina escreve à sua mãe: "O intendente municipal, sua senhora e cinco filhos, vieram constantemente às reuniões."  O tesoureiro da igreja escreveu para uma revista: "O Senhor Booth é um homem extraordinário. Jamais passei, em toda a minha vida, seis semanas como estas últimas".

Continua...

 

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sinto-me: Feliz com Jesus
música: BACH
01 de Fevereiro de 2009

 

Conhecendo a vida de homens comprometidos com a obra de Deus;  seus sofrimentos, a perseverança, a "fome e sede" da Palavra magnânima do Senhor,  o empenho e dedicação, da entrega total e absoluta  em ganhar almas para Jesus, percebe-se que,   nos dias atuais,   em países onde a democracia vigora,  temos liberdade para falarmos do Nome de Jesus, porém, preocupamo-nos com a solicitude anciosa pela nossa vida e deixamos de lado a busca da ordem do Senhor "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura..."(Mc 16.15),  e Paulo enfatiza na epístola aos Romanos 10:13 - 15:" Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois invocarão aquele que não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos  os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!"

Nasceu em Nyon, no lago de Genebra, na Suíça e descendeu de família nobre. Seu nome de realeza era De La Flecherè. Veio ao mundo no dia 12 de setembro de 1729 e permaneceu na terra natal até quase seus vinte anos de idade. Um amigo que o visitou, descreve o castelo em que morava como lugar paradidíaco, cheio de pássaros, repuxos cantantes e de flores. Na infância, passou por muitos perigos na vida. Uma vez quase se afogou no lago; outra vez se feriu numa cerca, de uma tal forma, que as cicatrizes lhe ficaram por toda a vida. Muito cedo as suas impressões de Deus e do pecado lhe feriram a consciência. Os pais o queriam como pároco, mas muitas das doutrinas de Calvino não o satisfaziam, por isso entrou no exército para servir a pátria, mas dentro de pouco tempo ficou desapontado. Deixou, pois, a terra em que nasceu, com o fito de entrar no exército holandês; todavia, isso lhe foi impossível e assim saiu de Flandrres para a Inglaterra em 1750. Havia concluído os estudos na universidade de Genebra e depois que aprendeu a lingua inglesa, outros cursos lhe asseguraram o futuro que lhe estava reservado.

 

A sua curta peregrinação poderia ser resumida assim: "Nasceu de novo" em 1755; foi ordenado pastor da Igreja da Inglaterra em 1757; foi nomeado clérico de Madeley em 1760; casou-se na Igreja de Batley em 1781 e partiu para a eternidade em 1785.

Mas... como soube aproveitar o pouco tempo de que dispunha na terra! Embora a saúde precária lhe fosse uma barreira, todavia a fome e sede que sentia dentro da alma fê-lo procurar os metodistas de quem tinha ouvido dizer sabiam algo melhor sobre  "a vida e a vida em abundância", que a Igreja Anglicana desconhecia. Foi lendo o "Diário de Wesley" que John Fletcher se assegurou da verdade suprema da salvação de sua alma e a ela se agarrou para todo o sempre. Certo dia, orando, prostrado diante do Senhor, teve uma visão do Salvador derramando o Seu Sangue na Cruz. A Ele se entregou. Essa foi a experiência da sua conversão.

 

Dentro de pouco tempo os paroquianos de Madeley se opuseram ao seu pastorado. Ficava Madeley a dez milhas da cidade de Wellington, a cidade do célebre Duque. Havia muitos mineiros. forasteiros e operários, notáveis pelo caráter aventureiro e malvado. O principal divertimento deles era a dança até o dia amanhecer. Muitas vezes, quando Fletcher aparecia para pregar, era recebido com vaias e apupos. Num domingo de manhã havia um plano previamente traçado para esbofetear Fletcher e pôr os cães adestrados contra ele. O servo de Deus foi "violentamente tentado", como Jonas, a fugir de Madeley. Mas continuou sob a proteção divina que o livrou das ciladas. Tomando o costume dos metodistas, começou a pregar ao ar livre. Esta atitude foi a razão para que os clérigos o ameaçassem de prisão por rebelião e cisma, e perturbação da ordem pública.

 

Fletcher escreve depois:" No meio de tais dificuldades, eu agradecia ao Senhor, porque meu coração não ficou perturbado!" Ele bem sabia que "os que querem viver piamente em Cristo sofrerão perseguições" e sentia que o amor pelo trabalho de Deus, ao contrário de ficar arrefecido, crescia e se aprofundava dentro da sua alma.

 

A amizade com os reformadores de Whitefield e Wesley foi-lhe de rica experiência. Sempre achou os demais superiores a si mesmo, tal a sua natural humildade. A piedade pelos que sofriam lhe enchia o coração. Certa vez deu todas as camisas que tinha... e outra vez obsequiou a um pobre com o melhor vasilhame da sua cozinha, dizendo aos seus que que "poderiam passar com os utensílios de madeira"... Gostava de sair com os casacos remendados e pensar que os mesmos faziam parte da "carruagem de Cristo"... A impressão que causava a todos que o viam era algo de extraordinário poder. João Wesley disse dele: "Fui visitar um homem com um pé na sepultura; mas encontrei esse homem com um pé no céu"!

 

Jamais alguém saiu de sua casa, sem que ele orasse com a pessoa. Para onde quer que ia falava de Cristo. Sim, o Meste era visto e ouvido no viver dia´rio de Fletcher. A própria esposa testemunhou: " A hora das nossas refeições é um momento sagrado; é mesmo um sacramento".

 

Certa vez, conta James Rogers, uma comitiva a cavalo, após certa jornada, apeia num estábulo e Fletcher, abrindo os braços e olhando estático para o céu, recitou parte do capítulo dezesseis de João. Diz o comentador: "Aquela figura apostolar fez-nos derretidos como uma cera no fogo..." "Íamos continuando viagem, quando alguém trouxe um lanche; pães e suco de uva. Fletcher tomou da bandeja... e aquilo que todos pensaram ele iria fazer, foi feito: A Santa Comunhão foi dada a todos. "Eis o corpo de Senhor, partido por nós; eis o seu sangue derramado na cruz..." Sentimos a presença divina caindo sobre todos nós, enquanto torrentes de lágrimas brotavam das nossas almas".

 

A maior e mais rica Porção Divina da existência de Fletcher, foi o domínio do Espírito Santo, sobre a sua inteira personalidade. A profecia de Joel, acreditava ele, não se havia cumprido, toda ela, em Atos capítulo dois. Ali havia sido o começo. Um dos amigos de Wesley, conversando sobre a influência de Fletcher sobre quantos o viam, disse: "Seu assunto favorito era a Promessa do Pai: O Dom do Espírito."

 

- "Qual a explicação desse Dom?" - perguntaram-lhe certa feita.

- "Oh" disse ele- "toda a doçura das atrações do Pai; todo o amor do Filho e todas as riquezas do Espírito Santo, atribuições essas mais expressivas do que palavras possam expressar, EIS O DOM! -  para atingi-lo, o próprio Espírito faz intercessão "com gemidos inexpremíveis" de um Deus para outro Deus."

 

FAlava aos que ele sabia  eram o verdadeiros crentes:" Achegai-vos mais a Cristo a mais uns aos outros em fé e amor, até que rrecebais o Espírito Santo, Consolador, na glória da sua Plenitude!" E repetia, sempre repetia, certo de que seus dias eram poucos: "Esta é a maior bênção que o cristão pode receber na terra!  Deus Pai é nosso criador; Deus Filho é o nosso Redentor e Deus Espírito é o nosso Santificador."

 

E explicava, com aquela coragem que lhe dava uma coragem e uma ousadia fora do comem:" Não confundais a dispensação do Espírito com a dispensação do Filho! Supondo que a dádiva total do Santo Consolador fosse dada a todos no ato da conversão...oh, que quadro desolador, ver tão poucas páessoas espirituais!..."

 

Pregando sobre este assunto, certa ocasião, fez o apelo: " Os que tiverem realmente sede dessa Plenitude, me aconpanhem à sala ao lado." Muitos o seguiram e a corrente não quebrou os seus elos por duas ou três horas.

 

Diz um dos seus biógrafos: "Vi-o, não só em público, como em particular, tão cheio do Espírito, que exclamava: "Oh! Senhor, alarga este vaso, ou ele se quebrará!".

 

Uma vez quando pregava sobrre o assunto: "Aquele que vem a Mim, de modo algum o lançarei fora", o auditório de debulhava em lágrimas: É que o Senhor nos pede o coração e não o raciocínio. E toca, diretamente, a fonte de todos os sentimentos e de todas as emoções. Muitos mineiros, saídos do trabalho deixavam estrias brancas nas faces, traçadas pelas lágrimas. Ao concluir, Fletcher estava molhado de suor. "Meu campo de ação é tão próximo da minha porta que, um caso fatal, há só um passo do púlpito para a cama e desta para a sepultura." Dizia que a palavra de Cristo o constrangia sobremodo: "Quem quiser ser meu discípulo, NEGUE-SE A SI MESMO..."

 

Nos obscuros dias do Século XVIII, na Inglaterra e na Escócia, houve quatro homens que se destacaram: JOÃO E CARLOS WESLEY, WHITEFIELD E JOHN FLETCHER. E os rastros que deixaram, mostram claramente, que "o seu trabalho não foi em vão".

 

É a última reunião que Fletcher dirige. Quase não pode prosseguir, dada a debilidade física e o pranto alto que se verifica no auditório. Uma ou duas vezes, parece que vai sucumbir... mas se reanima e prossegue... Após quatro horas de trabalho, é carregado para a cama. Consegue melhorar e viver por mais outra semana.

 

No domingo à noite, 14 de agosto, às dez e trinta e cinco minutos, ele deu o último passo, "de uma cama para a eternidade, andando com Deus, como Enoque!"

 

Suas palavras finais são: "DEUS É AMOR...  AMOR...    AMOR..."

 

Fonte: Vidas Poderosas - Enéas Tognini.

 

 

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